O final dos anos 90 e início dos anos 2000 foi mágico para quem é fã de animes. Isso porque foi quando o segundo boom de desenhos japoneses estourou – o primeiro havia sido nos anos 90, com Cavaleiros do Zodíaco e Yu Yu Hakusho.
Com o sucesso de Pokémon no programa da Eliana, na Record, em 1999 – chegou a atingir 13 pontos de audiência, um feito para uma atração matinal – a Rede Bandeirantes resolveu apostar nas produções orientais e criou o Band Kids, no dia 14 de agosto de 2000.
A principal diferença entre o Band Kids e os demais programas infantis da época era o horário. Transmitido das 15h às 17h, a atração era um alívio para as crianças que estudavam pela manhã na época, já que as outras opções eram os considerados programas femininos ou as novelas.
Fase Renata Sayuri (2000/2001)
Aproveitando o boom crescente que a emissora vinha tendo com a exibição isolada de Dragon Ball Z, a Band optou por idealizar um programa infanto-juvenil reunindo uma apresentadora com feições nipônicas e um figurino especial, juntamente com uma porção de animes legais, tais como: Bucky, Tenchi Muyo e El Hazard e desenhos como: Cadillacs e Dinossauros, Os Seis Biônicos, Dragões Alados, O Mago, e como carro-chefe, o próprio Dragon Ball Z.
Além dos desenhos, o programa durava uma média de 3 a 4 fucking horas e contava com alguns jogos de perguntas e respostas, curiosidades e um espaço onde Renata (Kira) lia algumas cartas de fãs que ajudava a medir a aceitabilidade da atração.
E como todo o programa voltado a jovens e crianças o foco do Band Kids eram os desenhos animados, relembre ou conheça um pouco mais sobre as principais animações do primeiro ano da atração:
Animes do Band Kids: DBZ como carro-chefe
Quando chegou à grade da TV aberta, o Band Kids apostou no Dragon Ball Z para ser o carro-chefe da atração. Deu certo! Se Pokémon fez um sucesso absurdo na Record, em 1999, DBZ era o anime sensação do momento em 2000.
Antes do Dragon Ball na Band, a série só havia sido transmitida na TV aberta no SBT, de 1996 a 1999. Porém, apenas a primeira saga do anime foi apresentada, ainda com Goku pequeno e foco na busca pelas esferas do dragão.
Com as sagas de Vegeta, Freeza e Cell (essa última demorou mais tempo para ser liberada) na bagagem, o Band Kids foi o único a transmitir Dragon Ball Z sem cortes.
As mortes causadas por Napa, a batalha sangrenta entra Goku e Vegeta, o sofrimento dos namekuseijins nas mãos de Freeza, a luta contra as Forças Ginyu e a primeira transformação em Super Sayajin do Goku logo consagraram o anime como carro-chefe do programa.
Bucky
Se tem um anime que chegou próximo de destronar Dragon Ball Z no Band Kids foi Bucky. Pouco popular mesmo no Japão, por aqui foi sucesso.
A história gira em torno de um universo com 12 mundos. Cada mundo tem uma Grande Criança, responsável por manter seu mundo em ordem. Bucky foi escolhido para ser uma dessas Grandes Crianças e tem o objetivo de ser o governador dos mundos (sendo, aqui, um traço de anti-heroísmo). Ele conta com a ajuda de um espírito, representado por uma criatura redonda rosada, que ao abrir a mão explode.
O enredo parece confuso, mas prende de uma forma incrível. Além de contar com elementos populares na época: crianças e criaturas parceiras combatendo o mal.
El Hazard
Para aqueles que curtem heróis divididos por elementos esse é um excelente anime. Pessoas do mundo real se transportam para o misterioso mundo de El Hazard e ganham poderes nesse local. Lá eles também conhecem as sacerdotisas da água, do fogo e do vento.
Antes de tentar voltar à Terra, os heróis enfrentam demônios e a inveja do antagonista. O enredo é mais comum, mas mesmo assim tem uma dose boa de ação.
Tenchi Muyo
Tenchi é um garoto de 17 anos que vive em uma cidade rural do Japão e que vai ter toda a sua vida transformada quando uma nave espacial bate no templo onde o garoto vive. A dona da nave é a pirata espacial Ryoko e que acaba sendo uma das responsáveis pela vinda de outras 4 garotas. É claro que todas acabariam presas na terra e passariam a morar na casa de Tenchi, fazendo com que todo dia seja uma aventura e aos poucos todos vão descobrindo sobre o grande segredo da família de Tenchi.
A série possui várias temporadas diferentes – que se passam em universos diferentes – mas eu resolvi recomendar apenas 3 dessas: Tenchi Muyo! (Tenchi Universe), Shin Tenchi Muyo! (Tenchi in Tokyo) e os 13 OVAs de Tenchi Muyo! Ryo-Ohki. Lembrando que essa série possui uma das aberturas dubladas mais desafinadas de todos os tempos, só brigando com a do cavalo de fogo e que eu adoro por causa da nostalgia.
Cadillacs e Dinossauros
Cadillacs e Dinossauros é um desenho baseado jogo de beat 'em up para arcade lançado em 1993 pela Capcom e baseado nos quadrinhos Xenozoic Tales de Mark Schultz.
O ano é 2513 e a humanidade voltou aos anos 60, com o mundo virando um lugar idílico de paz e amor, além de muito sexo, drogas, rock n’ roll e cadillacs envenenados e nesse cenário um clone genético da Doutora Júlia tem a demente brilhante ideia de fazer o que a sua matriz genética fez no século XXI: trazer os dinossauros de volta à vida e tornar o planeta Terra uma selva cruel, além de é claro extinguir a raça humana.
O Mago
No alvorecer do terceiro milênio, uma série de descobertas científicas e radicais avanços na tecnologia abalaram o mundo. Aproveitando-se de esperança generalizada e otimismo em Electro City, os membros do sindicato de crime chefiado por "Black Jack" Malone, discretamente tomaram o controle de todas as posições-chave nesta sociedade em evolução. Eles são repetidamente derrotados pelo protagonista Ace Cooper e seu assistente mágico Cosmo.
O maior Mago do mundo, e o auto-nomeado defensor da Electro City. Ele é um querido da mídia, um aborrecimento para o Chefe da Polícia, um espinho para os criminosos, e um herói para a maioria de todos. Ele usa sua magia para defender a si mesmo e seus amigos, e para pegar qualquer bandido ao longo do caminho.
Ele tem chamado a atenção de muitas mulheres, incluindo Mona, Ava Sherone, Yokiko, Nausica, e praticamente qualquer outra mulher da série. Ele se transforma no Mago ao falar a frase: "Força mágica. Revele o Poder Interior!", e também muda de roupa.
Os Seis Biônicos
Os 6 Biônicos foi uma série de animação nipo-americana da década de 80 produzida pelo Tokyo Movie Shinsha Entertainment . O enredo era baseado nos seriados, O Homem de Seis Milhões de Dólares e A Mulher Biônica, embora a série não faça parte da franquia.
A história parte de quando o piloto de testes Jack Bennett e sua família estavam em uma missão sigilosa nas geladas montanhas do Tibete. Jack já era o Biônico 1, trabalhava e treinava sob a tutela do Professor Amadeus Sharp, o cientista que lhe concedeu tais poderes biônicos. Porém durante a missão, uma imensa avalanche soterrou sua esposa Helen e seus quatro filhos (Eric, Maggie, J.D. e Bunji), deixando-os em estado de coma terminal. Jack, mesmo com seus miraculosos poderes, não conseguiu evitar a tragédia.
Amadeus deduziu que só existia uma maneira de salvar suas vidas: colocando neles os mesmos implantes biônicos que Jack possuía. Jack concordou e assim nasceram os 6 Biônicos. Agora eles têm superpoderes extraordinários desenvolvidos pela ciência moderna e uma nova missão: lutar contra o perverso irmão mais velho de Amadeus, Wilmer Sharp, que agora sob a alcunha de Dr. Escaravêlho, aterroriza o mundo com seus planos diabólicos de dominação e seus cruéis comparsas.
Dragões Alados
Dragões Alados (Dragon Flyz) retrata as aventuras de dragão-riders humanas ou de uma raça gárgula como répteis, em guerra pelo controle da Terra. Seus protagonistas são quatro irmãos mais importante entre dragonators ( uma combinação de "Dragão" com "Aviadores" ); o antagonista principal é o mutante Dread Wing, que deseja destruí-los e conquistar a cidade aérea em que vivem, que é chamada de OASIS. A batalha ocorre em cima de uma paisagem inóspita, em grande parte, cuja poluição e devastação ocasionou a evolução das raças mutantes.
A superfície é, portanto, vulcânica ou estéril; rios de lava fluem livremente sobre a superfície, dos quais alguns são habitados por animais adaptados ao ambiente incomum. A população humana restante agora habita em uma cidade por via atmosférica conhecida como 'Airlandis', a partir do qual dragonators viajam regularmente para a superfície vulcânica da terra para coletar o combustível que move sua cidade, os cristais roxos oviforme conhecido como "Ambar" e, geralmente obtidos a partir de piscinas de lava no solo.
kelly key e Band kids!
Mais do que um simples reprodutor de animes, o Band Kids era um programa muito bem desenvolvido. O diretor era experiente no público infantil. Renato Fernandes passou pela TV Cultura, no Castelo Rá-Tim-Bum, e na Rede TV!, com o Galera da TV!
E o Know How fez diferença. O Band Kids criou um próprio storytelling, que colocava a heroína Kira (Renata Sayuri) como protagonista de interações com o robozinho Yuki, com a voz de Adriano Petersen – que fez a Celeste em Castelo Rá-Tim-Bum, e com o Grande Olho, uma espécie de oráculo que orientava ela no objetivo de se tornar uma guerreira – com a voz de Tatá Guarnieri, dublador do Kenshin, no anime Samurai X.
E foi com esse enredo que Fernandes inseriu assuntos que ensinavam algo para as crianças, sem que elas achassem chato. “Apesar de não ser um programa educativo, a Kira vai falar de cidadania e outros temas importantes enquanto luta por seu objetivo”, afirmou na Folha o diretor, antes da estreia.
Depois de praticamente um ano, o programa começa a entrar em declínio, perdendo grande parte de sua audiência, um motivo claro e inegável da queda foi a compra da Saga Majin Boo de DBZ pela Rede Globo, que vislumbrou o sucesso da obra Akira Toriyama no país e correu na frente para adquirir os direitos da série na tentativa de repetir o sucesso da Band, a Globo chegou a ter uma gama invejável de animes ao mesmo tempo: Digimon, Sakura Card Captor e o próprio DBZ.
Desde então, a emissora tentou várias vezes reviver os bons tempos da atração. Uma das ideias brilhantes uniu a apresentação da cantora Kelly Key e a exibição de Cavaleiros do Zodíaco, em 2004. Em 2005 ela saiu, mas a Band tentou ainda continuar com o CDZ, dividindo espaço com os animes Yu Yu Hakusho, Patlabor e a volta de Tenchi Muyo!
Mas não teve jeito. Nunca mais houve um apelo tão grande pelo Band Kids quanto na época de Kira. Em 2007, outra tentativa. Desta vez com apresentação de Luciano Amaral e desenhos como Monster Rancher e A Lenda do Dragão. Não rolou e Luciano foi pra Rede TV!
De 2009 pra cá, apostou em atrações e desenhos requentados da parceria com a Nickelodeon, Power Rangers e algumas aparições de Os Simpsons. Em 2012, tentou retomar o sucesso com Dragon Ball Kai e GT, além de novamente o CDZ. Mas o caminho mesmo era a extinção de programas infantis, como a TV Globinho.
Ao menos nas nossas memórias o Band Kids será eterno!
Caraca, Se eu pudesse voltar...
ResponderExcluirTem algum do cajado do mouse ter algo do tipo?
ResponderExcluirAnos 90 realmente foi magico. https://herofactory.com.br/os-desenhos-da-band-kids/
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